quinta-feira, 20 de novembro de 2008

epistemologia


Discurso sobre o saber
Bernhard Sydow
nasci em 1958

Polinômio Recursivo (2007)

O conhecimento surge da ação complexa entre o sujeito e seus vários campos de ação e conhecimento

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Humberto Maturana
nasceu em 1928


Autopoiesis and cognition (1980)
A ciência domínio cognitivo gerado na atividade humana cotidiana, como observadores explicando o que observamos através de uma rede de conversações que envolve afirmações e explicações validadas por uma comunidade científica, sob a paixão de explicar. Portanto, longe de ser uma atividade que segue rigorosamente um “método científico”.



FONTE:
Instituto de Formación Matríztica http://www.matriztica.org/index.php?option=com_frontpage&Itemid=29

Edgar Morin
nasceu em 1921, com o nome Edgar Nahoum
Epistemologia complexa
La connaissance de la connaissance (1986)

Dialógico
Uno
Complementar
Concorrente
Antagônico

Recursivo
produto e efeito são ao mesmo tempo causa e produtor daquilo que os produz

Hologramático
a parte está no todo
o todo está na parte
circular
transpor

Maurice Merleau-Ponty
*1908 +1961

O organismo não pode ser comparado a um teclado sobre o qual tocariam os estímulos exteriores, e no qual delineariam sua forma própria pela simples razão de que o organismo contribui para constituí-la...
As propriedades do objeto e as intenções do sujeito (...) não são apenas entremescladas, mas também constituem um novo todo.
Quando o olho e o ouvido seguem um animal que foge, na troca de estímulos e das respostas, é impossível dizer “qual deles começou”.
Considerando-se que todos os movimentos do organismo são sempre condicionados pelas influências externas, pode-se bem, se se quer, tratar o comportamento como um efeito do meio. Mas, do mesmo modo, como todas as estimulações que o organismo recebe só foram possíveis, por sua vez, através de seus movimentos precedentes que culminaram na exposição do órgão receptor às influências externas, poder-se-ia dizer também que o comportamento é a causa primeira de todas as estimulações. Assim, a forma do estimulador é criada pelo próprio organismo, por sua maneira própria de se oferecer às ações de fora.
Sem dúvida, para poder subsistir, ele precisa encontrar ao seu redor um certo número de agentes físicos e químicos. Mas é o próprio organismo – segundo a natureza adequada de seus receptores, segundo os limiares de seus centros nervosos e segundo os movimentos dos órgãos – que escolhe no mundo físico os estímulos aos quais ele será sensível.
O meio se destaca no mundo segundo o ser do organismo – estando claro que um organismo não pode existir, salvo se ele conseguir encontrar no mundo um ambiente adequado. Seria um teclado que se move a si mesmo, de maneira a oferecer – e segundo ritmos variáveis – esta ou aquela de suas teclas à ação, em si mesma monótona, de um martelo exterior.”
(Merleau Ponty, A estrutura do comportamento, 1975)


Imre Lakatos

1922 Debrecen - 1974 Londres
O nome original de Lakatos é Imre Lipschitz. Mudou seu nome para escapar da perseguição antisemita na Hungria.

"A história da ciência sempre é mais rica que sua reconstrução racional. Entretanto a reconstrução racional ou história interna é o principal; a história externa é secundária posto que os problemas mais importantes da história externa são definidos pela história interna"
(Lakatos, 1989; p.154).


Texto de Fernando Lang da Silveira:
A avaliação objetiva do crescimento do conhecimento científico deve ser realizada em termos de mudanças, progressivas ou regressivas, para séries de teorias científicas dentro de um "programa de pesquisa". "A própria ciência como um todo pode ser considerada um imenso programa de pesquisa com a suprema regra heurística de Popper: 'arquitetar conjecturas que tenham maior conteúdo empírico do que as suas predecessoras' " (Lakatos, 1979; p.162).
Assim, a história da ciência deve ser vista como a história dos programas de pesquisa e não das teorias isoladas.
Um programa de pesquisa pode ser caracterizado por seu "núcleo firme": teoria ou conjunção de hipóteses contra a qual não é aplicada a "retransmissão da falsidade"
1 . "O núcleo firme é 'convencionalmente' aceito (e, portanto, 'irrefutável' por decisão provisória)" (Lakatos, 1983; p116).
O programa pesquisa de Copérnico continha em seu "núcleo firme" a "proposição de que as estrelas constituem o sistema de referência fundamental para a física" (Lakatos, 1989, p. 234).
O programa de pesquisa de Newton continha as três leis do movimento e a Lei da Gravitação Universal.
No de Piaget encontrava-se a "hipótese de equilibração" (Gilbert e Swift, 1985).
No de Pasteur, a hipótese de que "a fermentação é um fenômeno correlacionado com a vida" (Asua, 1989; p. 76).
Os cientistas que trabalharam ou trabalham nesses programas não descartariam tais hipóteses, mesmo quando encontrassem fatos problemáticos ("refutações" ou anomalias).
Por exemplo, quando foi observado pelos newtonianos que a órbita prevista para Urano era discordante com as observações astronômicas, eles não consideraram que a Mecânica Newtoniana estivesse refutada;
Adams e Leverrier, por volta de 1845, atribuíram tal discordância à existência de um planeta ainda não conhecido - o planeta Netuno - , e portanto, não levado em consideração no cálculo da órbita de Urano.
Essa hipótese permitiu também calcular a trajetória de Netuno, orientando os astrônomos para a realização de novas observações que, finalmente, confirmaram a existência do novo planeta.

O que Lakatos afirma é que a "heurística negativa" do programa proíbe que, frente a qualquer caso problemático, "refutação" ou anomalia, seja declarado falso o "núcleo firme"; a falsidade incidirá sobre alguma(s) hipótese (s) auxiliar(es) do "cinturão protetor". O "cinturão protetor" é constituído por hipóteses e teorias auxiliares -"sobre cuja base se estabelecem as condições iniciais" (Lakatos, 1989; p.230) - e também pelos métodos observacionais. Ele protege o "núcleo firme", sendo constantemente modificado, expandido, complicado.
No programa de Newton o "cinturão protetor" continha modelos do sistema solar, a forma e a distribuição de massa dos planetas e satélites, a ótica geométrica, a teoria sobre a refração da luz na atmosfera, etc.
FONTE:
SILVEIRA, Fernando Lang da. A metodologia dos programas de pesquisa: a epistemologia de Imre Lakatos. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física. disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~lang/LAKATOS.pdf>



Jean Piaget
1896 - 1980
Construtivismo

Ein guter Experimentator muss zwei oft unverträgliche Eigenschaften in sich vereinigen: Er muss beobachten, das Kind sprechen lassen können, er darf den Redefluss nicht bremsen, nicht in eine falsche Richtung bringen, und er muss gleichzeitig ein Sensorium haben, etwas Genaues heraus zu holen. Er muss jederzeit eine Arbeitshypothese, eine Theorie, ob richtig oder falsch, zur Hand haben.... Anfänger suggerieren dem Kind, was sie finden möchten, oder aber sie suggerieren überhaupt nicht, weil sie nichts suchen, und dann finden sie auch nichts





Michel Foucault
1926 - 1984 - Estruturalismo
Les mots et les choses (1966),



Les Mots et les choses. Une archéologie des sciences humaines abre com uma descrição e análise detalhada do quadro de Velasquez: Las meninas, representação de representação clássica. "Peut-être y a-t-il, dans ce tableau de Vélasquez, comme la représentation de la représentation classique" escreve Foucault.
Cada período da história é caracterizado por um certo número de condições de verdade, categorias linguísticas e modelos de pensamento que ordenam o conhecimento.

L'archeologie du savoir (1969)
Contra a maneira positivista de ver a história como contínua e cumulativa, os estruturalistas sublinham a sua descontinuidade. E colocam a história do saber num lugar especiel: enquanto histoire récurrente, ela é uma história retrospectiva. As obras de Foucault tentam dar continuidade ao pensamento da Althusser e Canguilhem através do desenvovlimento de uma epistemologia estruturalista. Mas nos últimos anos Foucault se distanciou das concepções defendiadas em Les mots e L'archeologie du savoir.
O conceito central de Foucault em sua fase estruturalista é o de Episteme que representa a estrutura do pensamento que constitui a ciência de cada época.

Louis Althusser
Marxismo
Pour Marx (1965), Lire le Capital (1965)
Nos anos 1960 Louis Althusser empreendeu a tentaiva de desenvolver uma epistemologia em base marxista, que deveria se fundamentar em uma nova leituras epistemológica de Das Kapital (Pour Marx, Lire le Capital). Seu esforço deveria vir de encontro às interpretações falhas das bases humanistas abstratas do marxismo. Neste trabalho apoiou-se largamente nas teses de Bachelard e Canguilhem, em cuja perspectiva ele via a ciência (a teoria marxista do capitalismo) separada por um corte epistemológico ("coupure épistémologique") da ideologia. Em sua interpretação de Marx ele separava entre as obras da juventude de Marx, determinadas por motivos antropológicos e as obras econômicas do Marx maduro, nas quais não se encontram mais referências ás categorias oriundas da filosofia do idealismo humanista. A polêmica antihumanista de Althusser levou a grandes discussões dentro do partido comunista francês e entre os intelectuais fortemente influenciados pelo marxismo já que o humanismo era um dos principais conceitos do estalinismo dos anos 1950. Também o antihumanismo esclarecido de Foucault deve ser visto desta maneira. A defesa do humanismo contra Foucault e Althusser, em nome do partido comunista foi empreendida por Roger Garaudy. Althusser recebeu a adesão de um círculo de estudantes da École Normale Supérieure, que junto com ele eram os editores do livro Lire le Capita. Como eles também pertenciam ao grupo de alunos de Jacques Lacan, também as últimas obras de Lacan influenciaram os pensamentos teórico-científicos da epistemologia, principalmente na forma representada por Georges Canguilhem. Althusser argumenta que houve uma ruptura epistemológica nas obras de Marx a partir de 1845, quando se dedica exclusivamente aos estudos econômicos. Complementar os pensamentos do Marx maduro com as obras de sua juventude ou com conceitos de Engels é perda de rigor do conhecimento científico. A tese central de toda a filosofia de Althusser é que a história é um processo sem sujeito e sem fins cujo motor são as forças produtivas (e a luta de classes determinada por elas). A história não tem sentido. Para Althusser todos somos sujeitos, e na qualidade de sujeitos, marionetes da história, mas esta história não é movida por alguém, o que desemboca em sua famosa tese de que todos somos marionetes de algo que não vai a lugar nenhum, de algo sem sentido. Outra famosa tese filosófica de Althusser é que, ao contrário do que comumente se pensa, a filosofia sempre vem depois da ciência. Esta tese rechaça que a filosofia tenha sido a mãe de todas as ciências, mas afirma que a filosofia é a filha das ciências. Isto quer dizer, a filosofia não é una ciência, sino una reação às ciências no campo teórico. De esta forma, a matemática (Tales de Mileto) engendrou a filosofia de Platão, a física (Galileu) engendrou a filosofia de Descartes, a ciência da história (Marx) engendrou sua própria filosofia (e a psicanálise (Freud) começa desde agora a engendrar sua própria filosofia). O interessante deste processo é que a filosofia marxista, engendrada pela ciência da história é, para Althusser, "correta", (não verdadeira, pois a filosofia não diz verdades, não é uma ciência, mas uma ideologia), isto quer dizer, a filosofia coloca-se corretamente em posições que defendam as ciências já que a ciência da história lhe permite o conhecimento científico da produção filosófica e ideológica, lhe permite, por fim, o conhecimento científico da produção de si mesma. Nisto consiste "a imensa revolução teórica de Marx".


Gaston Bachelard

Jean Cavaillès








FONTES:

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